Ele: Oi.
Ela: Oi.
Ele: Posso
sentar aqui?
Ela: A
praça não é minha. A vida é tua.
Ele se senta.
Ele: Dia
díficil, é?
Ela: Talvez.
Ele: Como?
Ela: Talvez.
Ele: Não. Digo, como assim? Talvez?
Ela: Gosto
dessa palavra. Uso quando não quero responder ao que perguntaram.
Ele: Ah.
Ela deu um sorriso sarcástico.
Ele: Aposto
que se eu fosse ele, sorriria pra mim.
Ela: Ele
quem?
Ele: O
cara que você ama.
Ela: Não
amo um cara.
Ele: Eu
sei que ama. Eu te entendo.
Ela: Hum.
Sofre também?
Ele: O
que?
Ela: Digo,
sofre por amor também? Que nem eu?
Ele: Não...
Por amor não. Pela falta dele, talvez.
Ela: Talvez?
Ele: É.
Gosto dessa palavra. Uso quando não quero aceitar os fatos.
Aprendi com uma
menina a uns minutos atrás. Ela tem um sorriso lindo.
Ela: Como
sabe do sorriso dela? Ela nem sorriu.
Ele: Eu
aposto nisso. Ela ainda vai sorrir pra mim.
Ela: Acho
díficil, ela tá tendo um dia díficil.
Ele: Eu
não.
Ela: Ah,
então ela te desafia.
Ele: E
eu desafio ela a começar tudo de novo.
Ela olha pra baixo.
Ele: Oi,
posso sentar aqui?
Ela sorriu.
Ele: Viu,
eu disse.
Ela: O
que?
Ele: Que
ela tinha um lindo sorriso.
Ela: Tem
telefone?
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