Encontros & Inesperados

Pela manhã, encontro (reunião) com V. e R. para decidir novos rumos do meu trabalho com os Garçons Cantores. Logo depois, almoço com V., que não tem ideia de quão especial é pra mim, sempre me ensina muita coisa... Após almoço, casa de N., uma grande amiga... Precisávamos resolver pendências e principalmente limpar nossos ressentimentos que ficaram de algo mal resolvido. Olho no olho... Compartilhamos algumas angústias de nosso dia-dia, desabafamos algumas mágoas, dividimos alguns momentos, um ABRAÇO. Não foi fácil... e acho que qualquer relação profunda, não é fácil... Enfim, (o resto desse episódio ainda terá em outra postagem...) depois da conversa, combinei com minha mãe de assistir "Olmo e a Gaivota" no Cine Caixa Belas Artes. Fui para o local combinado, mas não sabia se minha mãe chegaria a tempo para assistir o filme.

Comecei a pensar, "será que estarei sozinha no cinema? Nunca isso me ocorreu..." , logo esse pensamento saiu de minha mente... Encontro C., e o que mais me impressionou que não seria uma pessoa que imaginaria encontrar naquele local. Ele esperava uma amiga, enquanto isso conversávamos... Assistiria o mesmo filme, e eu pensava "Nossa, nunca estamos sozinhos"... Sua amiga chegou, uma pessoa de energia tão boa... Tenho dado muita atenção aos encontros... Amei conhecê-la também... Eles resolvem dar uma volta, decido não ir, e fiquei pensando "porquê não?!"... Eles saem, encontro R. Fazia anos que eu não a via... Mas havia pensado nela esses últimos dias... Conheci tão pequena, agora uma mulher, junto com seu namorado, tão sorridente... Linda. Ai entendi porque não havia ido com o C...rs Também trocamos um bom papo... Deu a hora para entrar na sala. Minha mamis ainda não havia chego... "será que ela chegaria?!"


Sentei ao lado de um casal, fiquei meio desconfortável, "será que estaria atrapalhando?", mas logo percebi que os dois não estavam muito bem... O cara com cara de nervoso. Ela com cara de espanto... Durante o filme, sorri pra ela... Parecia que ela havia se acalmado, retribuiu meu sorriso... Mais a frente do filme, ele havia dormido, pude trocar uma frase com ela, "Nada é fácil, as vezes temos que tomar algumas decisões..." Ela apenas acenou... Entendeu que não era apenas um comentário do filme que eu ali fizera...
Levanto da cadeira e encontro mamis, linda como sempre, que perdeu alguns minutinhos do filme, mas conseguiu assistir! Fiquei muito feliz, ela correu muito pra chegar... 

Ao sair, claro, fomos passear na paulista, tirar fotos, ver livros, comprar roupas para papai, tomar sorvete. Tomamos um sorvete bem chique, bem caro, que óbvio que não sei o nome, mas o que estávamos curtindo mesmo era aquele momento!


Ao terminar o sorvete, vejo S. passando. Grito seu nome! Outra pessoa que jamais imaginaria estar por ali... Da faculdade, pessoa inesquecível, com energia contagiante e que sempre lembro com muito carinho.


Conversamos, ainda ganhamos uma carona dela... O carro de S. estava no estacionamento de uma estação de metrô... No caminho, bastante atentas,  falávamos sobre nossa apreensão pelo caminho mal iluminado... Quando descíamos as escadas, um rapaz subia com uma pasta transversal, com a mão dentro dela... Eu já imaginava o que seria... Fiquei um pouco mais a frente das duas, do lado direito... Ele aparece com um revólver em mãos aponta para S. e diz: "Não gritem, e não corram. Apenas passem seus telefones." 
Muitas coisas me passou na minha cabeça naquele momento, mas de certa forma estava tranquila. Fiquei bastante preocupada com minha mãe e S., claro. Mas também com aquele rapaz, tão novo... Porquê?! Com calma , me dirigi a ele, fui virando para trás, (nessa hora minha mãe começa a correr, e S. logo atrás).
Eu já estava me pensando em pegar meu celular, e ele diz: "vai logo!". (Nessa hora já estávamos só eu e ele). E eu então, olho bem no fundo dos olhos do rapaz, que apontava a arma ainda, e disse: "Calma moço...", com o sentimento muito real de que ele não precisasse mais fazer isso. No mesmo instante, ele abre um sorriso metálico (sim, lembro bem do rosto e do aparelho) e diz: "que isso moça, tava só brincando, você acha que quero celular?!" e guarda o revólver. Ele sobe as escadas, eu desço ao encontro de minha mamis e de S. no estacionamento. Nervosas, claro, avisamos ao "segurança" do estacionamento sobre o acontecido.
Enfim, fomos para casa (na porta de casa, alias), pensando o quanto nada é por acaso... Tinhamos que estar juntas ali, naquele momento...
Algumas coisas desse dia ainda estou em processo de reflexão... São tantas as relações que adornam nossa vida... Os encontros, esperados ou não... Tenho pensando sobre isso... Quero viver mais dessas relações... Pra mim, a maior arte... A arte da convivência!

*23.12.2015


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